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15/10/2013

Cédula de Votação Preenchida

Em votação de vetos, deputados do PMDB recebem cédulas preenchidas

MÁRCIO FALCÃO

RANIER BRAGON

DE BRASÍLIA

A bancada do PMDB na Câmara recebeu nesta terça-feira (17) as cédulas preenchidas pela

assessoria do partido para a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff a sete projetos

aprovados pelo Congresso.

A medida foi tomada para tentar evitar traições entre os 81 deputados da bancada,

especialmente na análise do veto ao projeto que acaba com a multa adicional de 10% paga por

empresas ao FGTS em demissões sem justa causa.

A orientação do voto para os peemedebistas foi distribuída após uma longa reunião da bancada

para discutir a posição sobre o FGTS. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tinha fechado

posição com o governo e cobrou empenho dos deputados.

Alguns peemedebistas alegaram que manter a cobrança, que rende aos cofres públicos R$3,8

bilhões, seria como criar um novo imposto. A pressão para a extinção da multa é reivindicação do

empresariado. "Eu convenci a bancada. Em um momento de sangria dos cofres públicos não é

possível acabar com a cobrança", disse Cunha.

Ao longo do dia, o governo atuou para tentar quebrar resistências de partidos aliados à

manutenção da multa adicional. Parlamentares do PSB, PDT, PR, PSD anunciavam que

votariam contra o Planalto. Para evitar uma derrota, o governo enviou um projeto vinculando a

cobrança de 10% para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O texto estabeleceu

ainda que o trabalhador demitido sem justa causa que não for beneficiado pelo programa poderá

sacar o valor ao se aposentar.

Com a proposta alternativa em mãos, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) começou a

visitar os aliados, ouvir as demandas e pedir a manutenção do veto. Em algumas bancadas,

como no PTB, a ministra ouviu cobranças sobre problemas na liberação de emendas

parlamentares, recursos destinados no Orçamento da União para redutos políticos de deputados

e senadores. Desde a retomada da análise dos vetos no mês passado, o governo se

comprometeu a liberar R$ 6 bilhões até o fim do ano em emendas. Com a movimentação,

deputados do PDT e do PR prometeram ajudar o governo. "Nós acreditamos que temos boas

chances de mais uma vez manter os vetos da presidente", disse a ministra.

A análise dos vetos começou na noite desta terça e o resultado não foi apurado pelo Congresso.

Para a derrubar um veto, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados e 41

senadores. Se o veto for rejeitado em apenas uma das Casas, ele será mantido.



 




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